terça-feira, 3 de fevereiro de 2015


O mundo em que vivemos hoje é, realmente, muito engraçado. As pessoas buscam simplificar suas vidas com novas e complexas tecnologias, ao invés de terem mais tempo para si mesmas e para fazerem aquilo que lhes dá prazer. Com isso, elas se vêem com cada vez menos tempo para seus interesses pessoais.
Se a tecnologia simplifica a vida, logo, eu realizo minhas obrigações em menos tempo e, portanto, eu tenho mais tempo para estar comigo mesmo, certo? Errado! Buscando satisfazer o “ter” e não o “ser”, as pessoas aproveitam esse tempo para trabalhar mais e mais… querem mais dinheiro, lucro, status…
E, muitas vezes, não passam pelas suas cabeças que nunca tiveram tempo para aproveitar os prazeres que o dinheiro traz. Buscam simplificar suas vidas, mas reclamam da correria do dia-a-dia…dos seus inúmeros compromissos e da complexidade do mundo moderno.
Por falar em prazer, como as pessoas andam complicando os caminhos que levam até ele, não é mesmo?! Tudo é tão complexo… sempre falta alguma coisa… a satisfação nunca é completa: depende sempre de uma decisão que será tomada amanhã, de uma pessoa, de uma palavra… Onde foi parar a Simplicidade?! Onde está a nossa capacidade de nos sentirmos felizes com um abraço, tranqüilos ao lermos um livro, felizes com coisas simples e singelas que a vida nos oferece?
Como já dizia Mário Quintana, “a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade”.
Gente, é isso! Parem de buscar a felicidade em projetos gigantescos, em coisas complicadas, em situações que exigem muito dinheiro – e que nem sempre você  tem… Parem de postergar a felicidade e realizem que se não formos capaz de reconhecermos a felicidade nas pequenas coisas… ela sempre nos irá parecer distante e efêmera.
É questão de escolha. Viver com simplicidade é uma opção que se faz.
Parem para refletir: muitas coisas que consideramos essenciais em nossas vidas, na realidade, são supérfluas. Essas tais coisas fortalecem o nosso ego, alimentam a nossa insensata preocupação em relação à opinião dos outros e, nos distancia da auto-realização. Pense: realmente precisamos trocar de carro constantemente, ter roupas de marca, dezenas de pares de sapato, sair todo final de semana ? Isso é indispensável? E a paz de espírito, a serenidade, o amor próprio e o auto-conhecimento, onde ficam?
Li um pequeno texto, de autor desconhecido que assim dizia:
“O simples é aquele que não simula ser o que não é, que não dá demasiada importância a sua imagem, ao que os outros dizem ou pensam dele.
A pessoa simples não calcula os resultados de cada gesto, não tem artimanhas e nem segundas intenções. Ela experiencia a alegria de ser, apenas. Não se trata de levar uma vida inconsciente, mas de reencontrar a própria infância. Mas uma infância como virtude, não como estágio da vida.
Uma infância que não se angustia com as dúvidas de quem ainda tem tudo por fazer e conhecer.
A simplicidade não ignora, apenas aprendeu a valorizar o essencial.”
Temos tanto a aprender, um mundo a explorar…porém, se continuarmos valorizando o que para nossa alma não tem valor, a vida passa… as oportunidades de ser feliz – de fato, também. Vejam a infância: a essência de vocês… aquilo que com certeza existe dentro de todos nós… o que há demais bonito e verdadeiro em nossos corações!
Os pequenos prazeres da vida não têm valor… olhar as estrelas, tomar um sorvete, uma conversa, um olhar… cada uma dessas muitas coisas compõem a simplicidade de existir. Você não precisa ser rico ou importante para ser feliz… quantas pessoas que mal possuem dinheiro para comer, espalham sorrisos e boas energias por onde passam, enquanto, muitas pessoas bem sucedidas se mergulham em estados de profunda infelicidade e depressão?
É claro que é importante estudar, trabalhar… queremos, sim, ganhar dinheiro! Buscamos melhorar nossas vidas, nossa condição… buscamos melhorar nós mesmos! Mas isso não quer dizer que devemos viver atormentados tentando dar conta das dezenas de compromissos que nos impomos todos os dias. Equilíbrio… esse é o ponto!
Se ser bem sucedido significa a perda de nossa paz, está na hora de revermos nossas prioridades.
O que realmente é importante para você?! O que te faz feliz?… de verdade; em quais momentos você sente sua alma sorrir e seu coração bater mais forte? É chegada a hora de abandonarmos as ilusões que nos mantêm presos a um falso estado de espírito, à uma frágil felicidade!
Preste atenção em como você administra o seu tempo… vamos começar a dar mais valor para nossas amizades e amores…para nossa serenidade interna.
Livre-se dos excessos. Seja mais feliz…
Simplifique!
Amor, luz e consciência. Sempre.
Cíntia Michepud

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