Educação Infantil

  Tem um monstro no meio da história

Os casos e as fabulações, em que relatos ganham elementos de ficção, são uma marca das narrativas infantis e fazem parte da evolução cognitiva


Artigo publicado na Revista Nova Escola -
Reprodução/Agradecimento Escola Viva
"É o King Kong, um homem que virou monstro. Numa parte, o King Kong achava que era comida e pôs na boca, mas era batom. Ele falou: 'Isso tem gosto de maracujá!' Na testa, parecia que ele era faixa laranja, tipo lutador de judô." Diogo, 5 anos. Reprodução/Agradecimento Escola Viva












Viagens supersônicas a planetas distantes. Lutas com gorilas. Bebês que sobem sozinhos no lustre. Cenas como essas só acontecem em filmes, livros e desenhos animados - ou na fala de uma criança pequena que conta sobre sua vida. Ficção e relato de experiências vividas são gêneros diferentes, mas, nos primeiros anos de vida, é comum que se combinem nas narrativas infantis, como apontou a linguista Maria Cecília Perroni no livro Desenvolvimento do Discurso Narrativo. Segundo ela, no entanto, esse recurso não deve ser entendido como um problema de falta de clareza entre o real e o imaginado. Ao contrário: é preciso encará-lo como um dos elementos mais importantes para o desenvolvimento cognitivo e afetivo dos pequenos. O que se testemunha nesse tipo de construção é justamente o nascimento do discurso narrativo - uma das principais estruturas de expressão de qualquer pessoa e uma essencial troca comunicativa. 


Esse processo - que se estende até a idade adulta - começa antes mesmo de a criança conseguir falar. Nesse período, ela já é capaz de entender as histórias contadas pelos adultos e o contato com relatos cotidianos ou contos de fadas, por exemplo, faz com que, aos poucos, adquira um repertório de imagens, nomes e roteiros de ações que utilizará mais tarde. Também a compreensão dos usos e do funcionamento da linguagem tem início nessa fase, com o adulto como modelo da forma de se comunicar e como voz da cultura em que está inserida. Assim, quando conquista condições fisiológicas de falar e passa a descrever com palavras um encadeamento de ações que se desenrolam no tempo - uma possível definição de narrativa -, ela acessa todos esses diferentes repertórios acumulados desde os primeiros meses de vida. 


Adquirir a fala, por sua vez, é um passo transformador em termos cognitivos, uma vez que é a linguagem que organiza o pensamento. "O pensar não se estrutura internamente, mas no momento da fala", explica Maria Virgínia Gastaldi, formadora de professores do Instituto Avisa Lá, de São Paulo. "A narrativa (primeira estrutura da oralidade com que a criança tem contato em seu cotidiano) é, portanto, o que modela e estimula a atividade mental." A oralidade é, dessa forma, um dos principais motores do desenvolvimento na primeira infância e aspecto-chave da creche e da pré-escola.

A postura do professor ou da família na interlocução com os pequenos, por sua vez, faz toda a diferença. "O ideal é que ele seja um verdadeiro co-construtor das narrativas, incentivando a criança a avançar nos recursos que utiliza em suas construções", diz Maria Virgínia. "As limitações linguísticas nessa fase são importantes e o adulto deve não só escutar o que ela diz mas também reconhecer sua intenção comunicativa e ajudá-la a expressar-se melhor." Assim, se na hora de recontar a história de um livro conhecido - sobre um personagem que tem medo de ir ao dentista, por exemplo -, a criança diz "o dentista lavou meu dente" (remetendo-se a uma experiência dela mesma, real ou imaginada), o professor pode perguntar se aquilo aconteceu com o personagem do livro também, como é o nome dele, o que ele sentiu quando estava no dentista, o que aconteceu depois etc. Essa co-construção é o chamado "jogo de contar" - situação básica de aprendizagem quando o assunto é oralidade e que envolve uma relação de cumplicidade entre a criança e seu interlocutor. 


Em rodas de conversa, é muito comum que os pequenos comecem contando sobre o passeio que fizeram ao zoológico com a família e terminem narrando como quase caíram na jaula do leão ou como o irmão se perdeu e não foi mais encontrado. Esses "causos" têm ligação com a presença do faz de conta no pensamento infantil e a maneira de apreender o mundo e elaborar os sentimentos, que é uma característica marcante nessa faixa etária. "A criança brinca com sua realidade, extravasando-a para experimentar outros papéis e situações", diz Gilka Girardello, professora do Centro de Educação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). 


Segundo ela, ao fazer isso, os pequenos articulam imagens do repertório que conquistaram ao longo de sua vida para explorar futuros potenciais. A criação de papéis e situações de faz de conta nas brincadeiras ("Eu era herói, você, o monstro" e "Eu era a mãe, você, a filhinha") assume a forma de simbolização nas narrativas infantis ("Meu irmão mais velho começou a se afogar e meu pai pediu que eu o salvasse", dito por uma criança de 3 anos, por exemplo).
"Sabe, um dia o Alê se afogou e daí o meu pai ficou lá. Eu disse: "Pai, deixa que eu pulo na piscina. Eu quase que caí... Aí eu pulei lá e salvei o Alê. O Alê ainda era pequeno."
Para o psicanalista e pesquisador da infância Donald Winnicott (1896-1971), as simbolizações se enquadram no que ele chamou de espaço potencial. "Trata-se de uma área de experiência em que os pequenos podem brincar com a realidade, em que dão um sentido pessoal aos elementos do ambiente e os elaboram à sua maneira para com eles poder lidar", explica Ana Paula Stahlschmidt, doutora em Educação e estudiosa da obra do pesquisador. Esse espaço potencial, segundo Winnicott, deve ser garantido pelo adulto para que o pequeno dê liberdade à sua criação - não apenas artística, mas como uma forma autêntica de encarar a vida. 

Se, por um lado, fica claro que a criança precisa brincar com os elementos de seu repertório - sem ser reprimida por não estar contando "a verdade" sobre o passeio ao zoológico -, por outro é preciso cuidar para que ela tenha matéria-prima para fazê-lo: um repertório de histórias diversificado. O contato com relatos de experiências nos grupos em que circula (na fala de adultos e também de outras crianças) e com textos literários (lidos e contados) é fundamental para ela se familiarizar com os aspectos estruturais da narrativa, como marcadores de tempo e espaço e a contextualização de situações.

"Também o elemento da dramatização é incorporado pelos pequenos no contato com narrativas", diz Lélia Erbolato Melo, linguista da Universidade de São Paulo (USP). "Eles vão percebendo e incorporando os ingredientes que tornam as histórias interessantes, como a ação, os conflitos e o inesperado, e trazem isso para aquelas que contam." Além disso, o acesso a textos tem um papel importante no amadurecimento afetivo dos pequenos, garantindo que ampliem seu universo de experiências para além do que podem observar no seu cotidiano. "Ao ouvir histórias, a criança cria hipóteses sobre como se sentiria se estivesse frente aos mesmos dilemas e situações do personagem", diz Gilka. "Para os menores, é natural que essa vivência, tão forte, seja incorporada às narrativas que constroem na forma de casos." 

Os fatos e a ficção são separados por uma fronteira flexível
Reprodução/Agradecimento Escola Viva
"Aqui é a praia da minha avó e eu com uma prancha, quando vem a onda. Minha avó vai ter dois netos: meu irmão e meu primo. Ela também tinha um cachorro e um gatinho. Uma vez eu vi minha avó costurar uma roupa. Meu pai nunca foi na casa da minha avó." Eric, 4 anos. Reprodução/Agradecimento Escola Viva






















A distinção entre ficção e realidade ainda está em desenvolvimento nos anos da Educação Infantil- um aspecto que sempre deve ser considerado nas conversas com os pequenos. Isso se relaciona com uma das características mais vivas do pensamento da criança: o sincretismo, ou seja, a liberdade de associar elementos da realidade segundo critérios pessoais, pautados principalmente por afetividade, observação e imaginação. 

É comum, quando se lê uma história como Chapeuzinho Vermelho, que uma criança interrompa para dizer que "a avó também mora perto de uma floresta" ou que ela "viu um cachorro na casa do vizinho" (no momento em que o lobo surge no texto, por exemplo). Quando assume o papel de narrador, essa flexibilidade de fronteiras entre experiência pessoal e situação imaginada se mostra tanto nos relatos reais como nas histórias ficcionais. "O mais comum e saudável é que a criança misture realidade e ficção para mais tarde separá-las", diz Maria Virgínia. Segundo a especialista, o adulto não deve questionar se o que ela conta é verdade ou invenção, mas embarcar na aventura e pedir mais detalhes. "Em muitos casos, ela vai rir ou dizer que o adulto já sabe que aquilo não é verdade." Em geral, a inquietação do professor vem do medo que isso se fixe como um padrão de comportamento - em outras palavras, que a mentira se torne uma constante na vida futura. "Os jogos de contar e a experiência com os usos sociais de comunicação são suficientes para a criança se ater cada vez mais aos fatos 'vividos' em seus relatos", afirma Maria Virgínia. 

O único cuidado essencial ao professor é não tirar conclusões precipitadas sobre as narrativas. O aluno falar de uma briga violenta, por exemplo, não quer dizer que isso aconteça na casa dele. "Não é possível saber a quem as crianças se remetem com seus personagens", diz Ana Paula.


TEORIA SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL:

- Infância e Direitos:

História dos Direitos da Infância e adolescência :    http://pt.slideshare.net/Regomes1/os-direitos-da-infncia-e-adolescncia-ao-longo-da-histria 

 

Vídeo sobre os Direitos das Crianças:



  " proteger as crianças de seus próprios erros , mesmo que isso signifique restringir suas escolhas e comportamento , versus conceder a elas maior liberdade , mesmo arriscando que elas escolham o que não é de seu maior interesse " (Ladd, 1996: 2).

   História da Educação Infantil no Brasil:

Um breve histórico com fundo musical de Adriana Calcanhoto - Saiba 


 Trajetória da Educação Infantil no Brasil: o que mudou a partir do Referencial Curricular par Educação Infantil e com a criação das Diretrizes Curriculares Nacional para Educação Infantil


Referencial Curricular para Educação Infantil, o que mudou na visão dessa etapa de ensino, antes vista apenas como uma opção assistencial e social. Com esse documento passa-se a ter um referencial também teórico e um padrão de daquilo que se entende e se buscar na Educação Infantil.


 Educação Infantil, políticas públicas e legislação:

 

Formação e Docência na Educação Infantil:

  

 Propostas Pedagógicas e Currículos para crianças de 0 a 6 anos:

  O que mudou e como mudou a visão da Educação Infantil após as Diretrizes Curriculares Nacionais :


Ação Pedagógica e Proposta Curricular com bebês e crianças pequenas:




 Organização do cotidiano educativo: princípios e práticas:


Trabalho Pedagógico: planejamento, projetos, registros e avaliação na Educação Infantil:


As brincadeiras e as interações como eixos norteadores das práticas educativas na Educação Infantil:

 

As múltiplas linguagens como eixo norteador da prática educativa na Educação Infantil:

  

Rotinas : organização dos tempos e dos espaços na creche e na pré-escola:

 

Tempos e espaços da Infância no cotidiano da Educação Infantil: corpo, mundo, linguagem e aprendizagem:

http://portalsme.prefeitura.sp.gov.br/Documentos/BibliPed/EdInfantil/TemposEspa%C3%A7osPara%20Inf%C3%A2ncia_SuasLinguagens_CEI_Creche_EMEI.pdf

"Cuidar não é um ato isolado, mas um conjunto de atitudes em benefício do outro.
Cuidar da criança não significa somente atender suas necessidades físicas oferecendo-lhe condições de se sentir confortável em relação a sono, fome, sede, higiene, dor,
embora esses aspectos devam ser atendidos com a maior eficiência possível, dado serem as crianças pequenas vulneráveis a vários riscos e doenças que podem ser previstos e controlados. O necessário trabalho preventivo ocorre pelo estabelecimento de uma parceria com as famílias na observação de sinais e detecção de sintomas ligados a alguns
problemas e doenças e o encaminhamento da criança ao serviço de saúde. A prevenção ocorre também pelo trabalho cotidiano com as crianças que leva à formação de hábitos
de cuidado pessoal e pela adequada organização do ambiente.

Diversidade e Identidade no contexto da Educação Infantil:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 Sujar, faz parte do brincar :

minha filha 3 anos
Virgínia - 3 anos

    A criança tem a necessidade intrínseca de pintar. Isso é uma herança ancestral, os primeiros humanos já o faziam.

A primeira ação de um bebê quando consegue pegar numa caneta é ir direto para a parede. Não adianta brigar, dizer que não pode, ele precisa fazer isso. E porque não dar uma parede para ele brincar, assim ele saberá que ali pode e não fará em toda a casa. 

Oferte cadernos, cartolinas, revistas velhas, livros velhos, eles adoram e vão ficar entretidos por um bom tempo, além de desenvolverem habilidades.

Compre muito giz de cera, canetinhas com tinta lavável e acima de tudo, tenha muita paciência, pois eles estão em franco desenvolvimento e sua criatividade não pode ser tolhida, deve ser liberta.

 O fato é que é saudável se sujar, e ao contrário do que muitos imaginam, permitir que a criança tenha contato com sujeira, traz benefícios à saúde, mas como assim a sujeira é boa? Sim. 

Quando deixamos nossos pequenos livres para explorar nosso quintal, por exemplo, estamos permitindo que eles adquiram resistência imunológica. O mesmo acontece quando permitimos que tenham contato com animais domésticos, desde que estes sejam vacinados e vermifugados.

 O bebê que é deixado mais a vontade é mais feliz, mais tranquilo, esperto e inteligente.  

Pé no chão, mãos na tinta, blusa branca e um sorriso encantador. Cena que deixaria qualquer mãe de cabelo em pé só de pensar em como tirar a mancha da blusa. Mas que mancha é mais importante do que a felicidade dos pequenos?
Aposto que suas principais lembranças da infância foram as vezes que se lambuzou de sorvete sem medo de sujar a roupa, comeu amora direto do pé sem receio de ficar com as mãos, pés e bocas roxos, ou melhor, brincou de tinta até o cabelo ficar colorido.

 

  A importância do desenho na pré-escola

Ensinar a turma a desenhar exige oferecer contato permanente com a produção artística de diferentes lugares e épocas para ampliar o olhar

Crianças em idade pré-escolar adoram desenhar. Traçam círculos imaginários com canudinhos, usam o dedo para rabiscar o vidro embaçado do carro, fazem cenários na areia. Quando têm acesso ao lápis, então, é uma festa. O desenho é uma das formas de expressar o que sentem e pensam sobre si mesmas e o mundo. "Elas passam a entender melhor suas emoções e a mostrar sua interpretação dos valores, conceitos e normas da sociedade, bem como expressar carinho pelos amigos e familiares", diz a psicopedagoga Mônica Cintrão, da Universidade Paulista (Unip), em São Paulo. Além disso, descobrem que é possível inventar e fantasiar. "Qualquer um pode criar um super-herói", completa Paulo Cheida Sans, professor da Faculdade de Artes Visuais da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas, no interior paulista.

Mas é possível ensinar a desenhar? Desde o século 19, duas escolas se alternaram no dia-a-dia: a tradicional, segundo a qual as crianças devem copiar modelos, e a renovada, que defende que eles não precisam de orientação. Hoje, o modelo contemporâneo propõe que o melhor é instigá-los a criar partindo do conhecimento do mundo da arte e da cultura visual. É o que os especialistas chamam de "desenho cultivado". No livro O Desenho Cultivado da Criança: Prática e Formação de Educadores, Rosa Iavelberg, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), comenta essas mudanças.

Segundo ela, a escola tradicional pregava que, por não saber desenhar, as crianças precisavam treinar habilidades e cópia para chegar ao referencial de imagens figurativas, cada vez mais próximas da realidade e dos modelos da arte adulta. Nessa época, só havia espaço para a reprodução técnica, marcada pela impessoalidade dos aprendizes, que imitavam formas externas e preconcebidas. Imagens de bichos e objetos também eram apresentadas como atalhos para o ensino de números: a haste de um guarda-chuva virava o 1, a curva do pescoço de um cisne transformava-se no 2. Essas propostas acabaram superadas porque impunham um ponto de vista adulto sobre a aprendizagem sem levar em conta o saber da criança.
Reprodução
Antes e depois, a marca da evolução: desenhos feitos pela pequena Daniela, 4 anos, no início de fevereiro e no fim de março. Reprodução

Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil


A Evolução do Desenho Infantil: O Grafismo, este vídeo mostra a evolução da expressão da criança através do desenho, a cada etapa o acréscimo de detalhes.




Este vídeo mostra a teoria de forma sintetizada, um resumo da importância, etapas e evolução dos desenhos infantis .




Desenvolvimento infantil: Dicas e orientações para papais e mamães

Poucas vezes li um texto tão bom quanto este que estou compartilhando aqui. Ele é de autoria de Maria do Rosário Silva Souza, uma Psicopedagoga que possui vários outros artigos igualmente brilhantes.
Neste, ela foi precisa ao abordar questões importantíssimas na relação que devemos ter com nossos filhos. A proposta de nos orientar é seguida a risca em cada linha do texto.
Boa parte das dicas nós até conhecemos, mas ainda sim, em muitas oportunidades não a colocamos em prática. Por isso vale muito a pena ler o texto!!!

Algumas dicas e orientações para auxiliar no desenvolvimento de seu filho

Demonstro o que sinto por meu filho quando: ofereço carinho, colo, cafunés, tom suave de voz, expressão do meu rosto, palavras como “Amo você”, elogios sinceros, aceitando-o como é, nada de comparações, procurando ser justo…
Como dar segurança à criança
Dar segurança a criança
  • Ofereça-lhe a mão, o colo, quando sente medo ou está insegura.
  • Proponha que brinque com outras crianças e leve-a a lugares diferentes, diga a verdade com tranquilidade a respeito do dentista, do médico, da provável dor…
  • Não a deixe sentir-se envergonhada e nem a superproteja…
  • Também não a ameace de “mentirinha”.
  • Diga não com firmeza, explique as regras do jogo da vida e saiba também dizer sim e permitir…
  • Trace limites, dosando firmeza e o cumprimento das regras.
  • Ensine-a se controlar…
  • Procure dar o exemplo, coloque-se no lugar dela e verbalize o que está sentindo…
  • Permita e incentive que faça muita coisa sozinha e reforce suas conquistas de independência…
  • Busque mostrar o que é trabalho, chamando-a para dividir algumas tarefas com você. Interesse-se pelo que ela faz…
  • Procure orientá-la quanto ao respeito que se deve ter com cada um e evite ter atitudes preconceituosas ou discriminatórias…
  • Converse muito, saiba ouvir, leia para e com ela, explique, faça perguntas e, se precisar, chame-lhe a atenção…
  • Ajude-a sentir orgulho do que faz e a acreditar em si mesma: “Viu, como você é capaz? Você é importante e especial!”
  • Assim irá desenvolvendo nela bons sentimentos em relação a si mesma e aos outros…
  • Faça do seu aniversário um grande dia! O dia mais importante do mundo! Bolo, velhinhas, bexigas, cartazes, bilhetes, cartões, surpresas escondidas pela casa…
  • Olhe nos olhos dela enquanto fala com ela…
  • Se ela diz: “Não sei… não consigo… faça para mim”…
  • Responda: “Claro que sabe… Tente outra vez. Faça como acha que deve ser”. E se policie, evitando dizer: “Não, não é assim!”
  • À medida que se sente útil, valorize-a e procure lembrar que, em algumas coisas, alguém pode ser melhor que ela e vice-versa.
  • Conte até 10; até 100, se for preciso…
  • Não permita que irmãos mais velhos chamem o menor de “burro”…
  • Palavras como “burro”, “bobo”, “sujo”, “desligado”, “malvado”, “estúpido” ferem e tem péssimas consequências.
  • Procure evitar que se sinta culpada: “Isto não se faz!…” e basta.
  • Sentimentos de culpa a tornarão infeliz.
  • Não a ameace com o seu afeto: “Estou triste com você!…”.
  • As crianças precisam saber que estão aprendendo. “Olha! Sei fazer!” “Sei subir rápido na escada!” “Sei pular com um pé só!” “Veja, a letra do meu nome!…” “Olha, o ‘V’ da vovó!” “Consegui montar o quebra-cabeça!”
E agora, vamos brincar?
Brincadeira de criança
Adicionar legenda

A alegria e a vibração com que grita para nós, transmitem-nos o orgulho da criança e como se sente importante. Ela tem um sentido de realização e sente-se satisfeita com seu desenvolvimento.
No aspecto físico a criança precisa desenvolver a habilidade motora. Deve saltar jogar bola, pular, rodar um pneu velho, balançar, passar por um túnel de caixas de papelão, manipular uma bola de meia, modelar com massa, colorir, pintar, desenhar, rasgar papéis, cortar com tesoura sem ponta, desenvolvendo assim os pequenos músculos, responsáveis pela coordenação motora fina.
Aos três anos, a criança sente que é alguém e começa a participar de brincadeiras com outras crianças, o que devemos estimular.
A maioria das crianças pequenas não gosta de partilhar suas coisas. Pais sensatos interferem de maneira firme, mas carinhosa. Elas aprendem a dividir com a ajuda dos pais: “Sua vez de andar na bicicleta e depois da Daniela…” “Gostei muito de ver como vocês brincaram hoje…”.
É importante conversar sobre os seus amiguinhos, para ajudar a criança a compreendê-los e aceitá-los. A aceitação do outro a ajudará a sentir-se e fazer-se aceita mais tarde. Portanto, dê a ela oportunidade de enriquecer suas amizades.
Desde pequena deve aprender que a dignidade não depende da qualidade de suas roupas, da cor de sua pele, do dinheiro que sua família possui ou do tipo de casa em que moram. Este é o segredo para um começo de vida feliz e, por certo, mais verdadeira, sem falsos valores ou transferências materiais consumistas.
A criança tem necessidade de muitas coisas para desenvolver suas habilidades, suas atitudes e a compreensão, que a ajudarão quando chegar o momento do ensino formal ou acadêmico.
Outros Aspectos que se desenvolvam brincando
Os aspectos que também precisam ser desenvolvidos, além da psicomotricidade, podem ser enumerados da seguinte forma:
  • Vocabulário, ampliando a compreensão e o uso de muitas palavras.
  • Diferenciação visual, observando semelhanças e diferenças.
  • Classificação, seriação e sequenciação, onde aprende a pensar, agrupando, criando e descobrindo critérios e categorias.
  • Percepção auditiva e tátil (descriminando sons, ouvindo enquanto você fala, manipulando objetos).
  • Observação e atenção para desencadear a curiosidade, a concentração e a capacidade de comparar, concluir, generalizar, estabelecendo relações.
  • Interesse e prazer em descobrir o mundo ao seu redor, conquistando autonomia e êxito.
Maria do Rosário Silva Souza – Psicopedagoga

                                       

Saiba porque as crianças precisam brincar


Assinado pela psicopedagoga Sandra Kraft do Nascimento, este é mais um excelente artigo da revista Alô Bebê. Vale a pena ler!

A importância de brincar

Brincar é tão importante para a criança como trabalhar é para o adulto. É o que a torna ativa, criativa, e lhe dá oportunidade de relacionar-se com os outros; também a faz feliz e, por isso, mais propensa a ser bondosa, a amar o próximo, a ser solidária.
A criança não é um adulto que ainda não cresceu. Ela tem características próprias. Para alcançar o pensamento adulto (abstrato), ela precisa percorrer todas as etapas de seu desenvolvimento físico, cognitivo, social e emocional. Seu primeiro apoio nesse desenvolvimento é a família. Posteriormente, esse grupo se amplia com os colegas de brincadeiras e a escola.
Brincando, a criança desenvolve potencialidades; ela compara, analisa, nomeia, mede, associa, calcula, classifica, compõe, conceitua, cria, deduz etc…
Sua sociabilidade se desenvolve; ela faz amigos, aprende a compartilhar e a respeitar o direito dos outros e as normas estabelecidas pelo grupo, e a envolver-se nas atividades apenas pelo prazer de participar, sem visar recompensas nem temer castigos. Brincando, a criança estará buscando sentido para sua vida. Sua saúde física, emocional e intelectual depende, em grande parte, dessa atividade lúdica.
A importância das brincadeiras para as crianças

Etapas

O brincar também tem suas etapas de desenvolvimento. A criança começa a brincar sozinha, manipulando objetos. Posteriormente, procurará companheiros para as brincadeiras paralelas (cada um com seu brinquedo). A partir daí, desenvolverá o conceito de grupo e descobrirá os prazeres e frustrações de brincar com os outros, crescendo emocionalmente.
Brincar em grupo evita que a criança se desestimule, mesmo quando ainda não sabe brincar junto. Ela aprende a esperar sua vez e a interagir de forma mais organizada, respeitando regras e cumprindo normas. Com os grupos ela aprende que, se não encontrarmos uma forma eficiente de cooperar uns com os outros, seremos todos prejudicados. A vitória depende de todos. Aprende-se a ganhar e a perder.
A atividade lúdica produz entusiasmo. A criança fica alegre, vence obstáculos, desafia seus limites, despende energia, desenvolve a coordenação motora e o raciocínio lógico, adquirindo mais confiança em si e aprimorando seus conhecimentos.

Escolhendo os brinquedos

Veja algumas indicações que podem ajudar a escolher os brinquedos:
• Interesse
É o brinquedo que convida a brincar, que desafia seu pensamento.
• Adequação:
Deve atender a etapa de desenvolvimento em que a criança se encontra e suas necessidades emocionais, sócio-culturais, físicas e intelectuais.
• Apelo à imaginação:
Deve estimular a criatividade e não limitá-la.
• Versatilidade:
O brinquedo pode ser usado de diferentes formas, explorando a inventividade.
• Composição:
As crianças gostam de saber como o brinquedo é por dentro.
• Cores e formas:
O colorido, texturas e formas diferentes a estimulam sensorialmente.
• Tamanho:
Deve ser compatível com sua motricidade (quanto menor a criança, maiores serão as peças do brinquedo).
• Durabilidade:
Brinquedos muito frágeis causam frustração não somente por que se quebram, mas também porque não dão à criança tempo suficiente para estabelecer uma relação com eles.
• Segurança:
Este é um dos mais importantes itens na escolha de um brinquedo. Deve ser feito de tinta atóxica, sem pontas e arestas nem peças que possam se soltar.

Quanto à brincadeira

  • Dê tempo para que a criança possa explorar o material, deixando que ela tente sozinha, mas estando disponível se precisar de ajuda.
  • Estimule sua auto-estima; faça com que ela se sinta capaz de aprender, dando-lhe o tempo que precisar.
  • Encoraje suas manifestações espontâneas, permita que ela tome a iniciativa.
  • Introduza propostas novas, estimulando a resolução de problemas.
  • Escolha brinquedos adequados ao nível de desenvolvimento e interesse da criança.
  • Aumente a dificuldade se notar que o jogo está fácil demais e reduza-a se estiver além de seu entendimento.
E lembre-se: quando apresentar um brinquedo a seu filho, demonstre interesse. Uma caixa vazia, dependendo de como lhe for apresentada, poderá virar uma casa, um barco, um carro, uma torre, uma cama de bonecas, um fogão… ou, simplesmente, uma caixa vazia.
Sandra Kraft do Nascimento
Revista Alô Bebê

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